O que é quimioembolização?
Consiste no bloqueio da circulação que irriga o tumor associado a injeção de drogas quimioterápicas diretamente nas artérias que o nutrem.
Qual o objetivo da quimioembolização?
Diminuindo-se o fluxo de oxigênio e nutrientes para o tumor, ocorre a sua necrose.
A injeção de drogas quimioterápicas diretamente nos vasos que irrigam o tumor, aumentam as suas concentrações locais com menos efeitos colaterais sistêmicos.
Maior tempo de ação dessas drogas localmente.
Maior penetração das drogas no tumor.
Quando está indicado a quimioembolização?
Nos pacientes com tumores pequenos que estão aguardando o transplante.
Nos pacientes com tumores pequenos que tem indicação cirúrgica de ressecção, como pré-operatório.
Nos pacientes com tumores únicos maiores que 5 cm ou mais de 3 nódulos maiores que 3 cm.
Em tumores extensos que ocupem menos de 50% do volume do fígado.
Quais são as principais contra-indicações?
A presença de trombose de veia porta (responsável pela irrigação de 70% do fígado).
Essa trombose é diagnosticada pelo ultrassom com doppler, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou arteriografia (cateterismo).
Presença de insuficiência hepática grave.
Presença de insuficiência renal.
Como é realizado este procedimento?
Este procedimento é realizado com anestesia local na região inguinal (virilha) associado a uma sedação leve em uma sala de hemodinâmica (cateterismo), acompanhado por um anestesista e monitorização contínua.
É realizado um pequeno corte de aproximadamente 3 mm na virilha seguido de punção da artéria femoral comum, com passagem de um introdutor (dispositivo colocado na artéria, através do qual são passados os cateteres).
Em seguida são cateterizadas as artérias para realizar um estudo da anatomia vascular do fígado. Com este estudo, localizamos as artérias que nutrem o (os) tumor(es) e, confirmamos ou não, a patência dos vasos (artérias hepáticas e veia porta.).
Uma vez posicionado o cateter e o microcatéter nos ramos desejados, será injetado uma solução de drogas (quimioterápicos), seguido de embolização (bloqueio da circulação) com pequenas partículas.
Ao final do procedimento, os catéteres e o introdutor são retirados, seguido de um curativo compressivo.
A Quimioembolização hepática e realizada com fluoroscopia, em uma sala de hemodinâmica, com cotetrismo seletivo da artéria hepática, com injeção de drogas citotóxicas misturadas com óleo etiodado seguido de embolização com diversos tipos de partículas. Dessa forma as drogas atingem concentrações antitumorais maiores com maior tempo de contato das drogas com tumor, uma vez que o Lipiodol, com a droga citotóxica e transportada para dentro do tumor, podendo permanecer por semanas em contato com o tumor.
Quais são as drogas mais utilizadas?
As drogas mais utilizadas são a Doxorrubicina, a Mitomicina e a Cisplatina ( sendo mais freqüente a utilização associada de Doxorrubicina e Mitomicina), misturadas com Lipiodol ( óleo etiodado que fica retido nos vasos que irrigam o tumor por semanas). Após as drogas, são injetadas pequenas partículas que existem no mercado de diversas formas, tamanho e material, podendo ser escolhidas conforme cada caso.
Quais são os efeitos colaterais?
Os principais efeitos colaterais são dor no lado direito do abdome (que é mais intensa nas primeiras 24 – 48 horas, podendo persistir em menor intensidade por aproximadamente 10 dias, controlada com analgésicos); discreta febre (que dura aproximadamente 24-72 horas); náuseas e vômitos (nas primeiras 24-48 horas) e perda de apetite (nos primeiros 10 dias).
Qual é o tempo de internação?
Na grande maioria das vezes, a internação é de 24 horas.
Quais são as complicações que eu posso ter?
A complicação mais frequente é a formação de hematoma no local de punção que desaparece normalmente, em 2 -3 semanas; pode ocorrer gastrite em consequência a injeção das drogas; insuficiência renal devido ao uso de contraste e da Cisplatina e descompensação cardíaca com uso de Doxorrubicina em pacientes cardiopatas.
Existe ainda o risco de infecção no local onde ocorre a necrose do tumor (abscesso), que na maioria das vezes é tratado com antibióticos, podendo haver necessidade de drenagem.
A complicação mais grave esperada é de necrose hepática (1%), ou seja, ocorre falta total ou parcial de fluxo sanguíneo no tumor e no fígado sem tumor, causando insuficiência hepática e óbito.
As drogas e as dosagens são escolhidas conforme cada caso.
O índice de complicações, em geral, é de aproximadamente 2%.
Quais são os resultados esperados?
O que esperamos é o controle da progressão do tumor ou a sua regressão parcial, ou completa. Dessa forma o paciente pode aguardar o transplante, diminuir o tumor para a cirurgia de ressecção, ou quando não tem indicação de nenhuns dois procedimentos anteriores, aumentar a sobrevida em 2-3 vezes em comparação com o tratamento clínico (medicamentos paliativos para sintomas).